Vírus da intolerância agride a interatividade que é a alma de um blog
criado para aproximar vizinhos
Mais do que pugnas assinaladas, divergências inevitáveis e óticas contrapostas na prática salutar do contraditório, o que se realça e assusta neste momento é a existência de minas explosivas neste pedaço verdejante da cidade, que tinha tudo para ser paradisíaco ou, a ser modesto, para cultivar um convívio civilizado e inspirado no reino desintoxicante de uma flora exuberante.
É como se sob as
bromélias e à sombra dos flamboyants ervas daninhas semeassem a cizânia
torpe na fatalidade fabular do escorpião que ferrou o sapo que o transportava à margem do rio e, questionado sobre o gesto imprudente, que a ambos
afetaria, disse ao submergir: é da minha
natureza.
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A assembléia que escolheu a atual diretoria da Assape não tinha nem 30 pessoas. E isso me assustou. Era evidente o distanciamento entre a associação e os moradores. Daí nasceu o CORREIO. |
Postagens com nome e sobrenome fazem questão de levantar suspeitas até sobre como muitos vizinhos conseguiram chegar aqui para desfrutar
do seu "pódio olímpico, reservado a raros privilegiados" de mentes tacanhas e
doentias, que não resistiriam a uma
avaliação FREUDIANA de suas expressões azedas. Pessoas que, pelo visto e
exposto, não desfrutam de carinho e de afeto e nem se realizam por inteiro nas relações
íntimas mais primárias.
Sinceramente, não foi para assimilar arrogâncias boçais,
complexos pessoais mal resolvidos e recalques patológicos que abrimos esse
espaço à mais livre interatividade,
condição primeira para alimentar o conhecimento mútuo com as ferramentas da
tecnologia e da modernidade destinadas essencialmente ao incremento da
aproximação e não da desavença.
Não criamos este correio para absorver epítetos nostálgicos do mais medíocre obscurantismo, com a repetição daquele patético AME-O OU DEIXE-O, tão despropositado e
ridículo que me inspirou e lotou o Teatro Rival por todo o ano de 1982 com a
encenação da minha comédia musical MAME-O
OU DEIXE-O.
ALMA, a primeira
experiência associativa de classe média
Não tenho a pretensão de ser um Mark
Zuckerberg, nem chego perto dos seus conhecimentos tecnológicos. Longe
de mim, a pretensão de criar uma rede social local. Mas a história do Facebook, que ainda não completou uma década e já tem 1 bilhão de cadastrados
(5 vezes a população do Brasil), é por demais emblemática. Zuckerberg tinha
não mais de 20 anos quando montou a rede com o modesto objetivo de facilitar
as relações entre seus colegas da Universidade de Harvard, a quase octogenária escola
modelar de Cambridge.
O CORREIO DA PENÍNSULA surgiu como o espaço midiático da liberdade diante de uma estrutura obsoletamente autoritária que tenta centralizar e verticalizar as relações entre vizinhos, através da caixa preta de um poder meticulosamente blindado e ditador de todas as normas e rotinas pelo exercício arbitrário de um convívio tutelado.
Inspirou-me não apenas o sucesso recente espraiado pelos quatro
cantos do mundo, mas na própria experiência vivida na década de 70 por minha
iniciativa, cantada em prosa e verso pelo grande poeta Carlos Drummond de Andrade, que deu
insumo para o meu livro O PODER DA RUA, publicado
pela Editora Vozes, infelizmente esgotado, mas encontrado em várias bibliotecas
do mundo.
Naqueles idos, precisamente em 1975, 29 anos antes do faceboock,
fundamos a ALMA - Associação dos
Moradores da Lauro Muller e Adjacências, como filha da experiência no
Condomínio do Edifício Alfa (por coincidência uma construção da Carvalho
Hosken), onde, como sindico, introduzira a autogestão, modelo tão frutífero
que implicou na redução em 40% do custo do condomínio, apesar da escalada
inflacionária. Em plenos anos de chumbo, a convivência fraterna envolvendo 114
famílias de classe média mereceu reportagens em O GLOBO e no JORNAL DO
BRASIL e foi um dos tópicos do livro Mecanismos
da Liberdade, do professor Lauro Oliveira Lima.
No caso da ALMA, o milagre da convivência irmã foi ainda
mais surpreendente. A Rua Lauro Muller, entre o campus antigo da Universidade Federal do Rio de
Janeiro e o Instituto Benjamin Constant tinha 9 prédios. Um deles, apelidado de
milicão, era ocupado por militares, a maioria da reserva, que adquiriram seus apartamentos com financiamento da Carteira de Crédito do Clube
Militar.
Foram inicialmente dois generais e um coronel da reserva
desse edifício que me procuraram para conhecer a festejada convivência do Edifício Alfa.
A partir de nossa primeiro encontro, o general Leandro Figueiredo se apaixonou
pela idéia da fundação de uma associação de vizinhos, e graças às suas estrelas
foi possível nos organizarmos sem o incômodo da repressão, que não havia me
poupado nos anos 69/70, com um ano e meio de cárcere por minha rebeldia como
diretor do jornal TRIBUNA DA IMPRENSA, cujas edições eram sistematicamente
censuradas.
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O mesmo espírito democrático que deixei perdura há 38 anos na ALMA Clique na imagem para vê-la maior |
No futebol nenhum morador se acha "melhor" do que o outro
No caso da nossa Península, o modelo de convívio que me
inspirou a criação do CORREIO foi a turma do futebol. Embora nossa prole só tivesse se mudado para
o Saint Barth em março passado - um mês antes do nascimento do blog - já
estávamos aqui há 5 anos, por nosso vínculo com o Style, onde compramos apartamento na planta e acompanhamos sua construção pelo sistema de
administração, graças ao qual pagamos o laudêmio pelo terreno e o preço final
de uma unidade de 110 m² saiu por R$ 310.000,00.
Como disse, os mais de 100 moradores que participam das
peladas - sobretudo os de terça-feira para maiores de 40 anos - praticam uma
relação encantadora. Embora tenhamos nossos churrascos e nossa cerveja,
passemos horas na "resenha",
ali só por acaso a gente fica sabendo
quem é quem. Empresários de sucesso, profissionais liberais não fazem nenhuma
questão de serem diferentes uns dos outros.
Foi esse espírito de vizinhança com boa carga afetiva que
imaginei encontrar com a criação do blog, ao qual emprestei meus mais de 50
anos de carreira jornalística, com o
mesmo entusiasmo do tempo em que fui chefe de Reportagem da TV TUPI, redator do CORREIO DA MANHÃ, diretor da TRIBUNA DA IMPRENSA e chefe de
reportagem em revistas da Bloch, como FATOS
& FOTOS, AMIGA e MANCHETE,
além de diretor da Central Bloch de Fotonovelas.
Foi essa percepção de que aqui havia vida inteligente que me
fez trazer para cá com toda a humildade de um cearense inquieto a bagagem que
acumulei como escritor e teatrólogo, trocando 28 anos de moradia caseira pelo
retorno aos prós e contras de um apartamento.
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CLIQUE NA FOTO PARA VER MELHOR |
Já naquela matéria eu advertia profeticamente:
"Os seres humanos
sem perceberam se converteram em personagens de um grande teatro manipulado
pelas tentações de um sistema de vida
em que cada um vale pelo que tem e não
pelo que é, em que uma derrota
ocasional tem de ser enfrentada exclusivamente por eles, até porque não é raro
o convívio com pessoas que se compensam no seu insucesso das outras".
O CORREIO DA
PENÍNSULA estimula, sim, o posicionamento cidadão, sem o qual a o convívio
naufraga em seus próprios sonhos. Mas daí a esse ambiente de intolerância e
bravatas vai uma enorme diferença.
Profético, meu caro Pedro Porfírio. Viver em comunidade não é fácil mesmo. Mas estamos avançando. Em boa parte, graças ao seu blog. Abraços do "coleguinha" do FIT.
ResponderExcluirEstamos avançando sim Pedro Porfírio.
ResponderExcluirSeu Blog é um canal excelente de comunicação e mobilização como vimos na questão do transporte ao Centro.
Não desista...pessoas mal educadas ou mal informadas existem em qualquer local.
Abs,
É isso mesmo! Vamos seguir em frente, mobilizados, reivindicando e exercitando nossos direitos, deixando para trás aqueles que nada acrescentam às discussões.
ExcluirAos jovens da Península.
ResponderExcluirA juventude é o amanhã da vida. Não é um capítulo separado do restante da existência nem o prefácio de um livro. É a premissa de tudo. É a semente de onde brota tudo. É o alicerce sobre o qual deve apoiar-se o grande edifício da vida. São vocês mesmos, jovens, que estão preparando suas vidas para o amanhã. Se à meia-noite vocês olharem o nascente porque de lá virá a luz, vocês olharão por muito tempo e poderão até pensar que é inútil. Mas, se continuarem insistindo e olharem uma segunda vez, uma terceira vez, vocês irão divisar um raio de luz na alvorada. E todo panorama circundante se iluminará. Duas coisas foram necessárias: a perseverança em olhar e a existência da luz. Para todas as grandes coisas exigem-se lutas penosas e um preço muito alto. A única derrota na vida é a fuga diante das dificuldades. O homem que morre lutando é um vencedor.
Tiago Alberione.
Porfirio, obrigado pela oportunidade nesse espaço democrático.
Prezado amigo Pedro,
ResponderExcluirComo você sabe, participei de 17 (dezessete) AGI,s de diversos empreendimentos da Calçada, entre out/2005 a mar/2012. Não tenho boas notícias para lhe dar! O ser humano, cada vez mais, participa menos da vida comunitária e se acha no direito de cobrar daqueles que se mobilizam, por diversos motivos, a dar um pouco de seu tempo e de suas competências para agregar algo à sua fortaleza que o lugar onde cada um mora. Recentemente, como proprietário de uma unidade em empreendimento no Recreio, particpei, infelizmente, de uma AGE para destituição do síndico, convocada por um pequeno grupo organizado, cujos membros já se conheciam, antes da constituição do condomínio e que não aceitam administrando o prédio, ninguem que não seja do grupo. Ou seja, o empreendimento é refém desse grupo, para o bem ou mal.
Isso é um pequeno modelo do que vemos em todos os níveis de poder. A minoria organizada manipulando os destinos da grande maioria, inerte e descançada que aceita o que vier e, de vez em quando, reclama aqui e acolá, sem maiores comprometimentos.
Você, velho de guerra, conhece isso melhor do que ninguém! O diabo só é diabo, pelo tempo de casa que tem!
Não pare de se indignar com os erros coletivos e individuais. Deixe esse legado para os jovens. Talvez, um dia, as coisas melhorem!
Abraços de seu amigo Waldomiro Motta.
ALMA, Milicão, Lauro Müller, Rio Sul, Festa Junina em Julho, brincar na praça, prédios que termin em 6 criando uma espécie de condomínio sem grades: que prédio você mora? 16, 26, 36 ...96 ( Milicão), infância, adolescência, Abílio. Que saudades de tudo isso!!!
ResponderExcluirSaí de lá e vim morar no Península com meu marido e filha e espero que ela possa ter o mesmo que eu tive por lá: momentos maravilhosos!! Conte comigo, meu caro, Pedro!
Ana.
ExcluirMorei no 86 de 1973 a 1983. Só saí de lá porque fui nomeado coordenador das administrações regionais da Zona Norte (subprefeito). E achava incoerência continuar murando na Zona Sul.
Era um ambiente maravilhoso. Depois, de 84 a 88, meus filhos do primeiro casamento ficaram lá com a mãe uns 4 anos. Vladimir hoje mora em Brasília, como jornalista. E a Geórgia é figurinista da Tv Globo.
Também não esquecem daqueles tempos e daqueles amigos.
Pelas suas lembranças, você é mais recente. Pegou as feijoadas que a gente fazia no "redondo" da praça?
De vez em quando vou lá, matar saudades. A festa junina está muito concorrido (e tumultuado). Falei isso para o Abílio.
Aqui moro no Saint Barth. E você?
Seu marido também era da Lauro Muller?
Vamos nos enconrar uma hora dessas?
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPedro, este é sem dúvida o desafio dos desafios. Resgatar o convívio mais fraterno de nossas relações cada vez mais individualistas é o grande desafio da humanidade. Algo que não é de hoje, mas vem piorando ao longo da nossa história. Aproveito aqui para citar um filósofo que a minha ignorância e curiosidade acabaram de descobrir - Nietzsche, que escreveu "Assim Falou Zaratustra" nos anos 1880, século XIX. Ele percebe a "morte de Deus" no surgimento da ciência, quando o homem descobre que pode quase tudo.
ResponderExcluirA morte de Deus, em sua concepção seria justamente o afastamento da humanidade dos valores "reais" da vida, a partir da busca do progresso, conforto, prazer, etc., com o menor esforço ou perda de tempo, conduzíndo-nos assim a uma vida de menor sentido e de prazeres passageiros. O que se traduz hoje em dia por isolacionismo, egoísmo, individualismo, disfarçados na falta de tempo. Preferimos andar sós durante horas em congestionamentos, num carro com 7 lugares, a compartilhar um transporte coletivo que permitiria desafogar nosso caminho. Estamos cegos, na verdade. Mas este é outro assunto.
Pura crueldade, ignorância e/ou cegueira que nos leva a viver em nosso egoísmo, independente do que nos espere o outro lado da vida, ou depois dela. O hoje e o agora é (bem no singular) talvez a nossa única oportunidade de uma vida plena. E o tempo e a eternidade, se olharmos bem, podemos estar completamente iludidos quanto a suas dimensões. Pois não podemos esquecer que o tempo só existe em nossa mente, algo para explicar a nossa duração, ou a rapidez com que as coisas acontecem. Portanto "eternidade", "outra chance", pode ser coisa apenas da imaginação do homem. Talvez necessária para dar um certo sentido à nossa existência. Fé não se discute. Mas não esqueçamos que qualquer sentido que quisermos dar à vida, mais simples agora. Aliás, vale para qualquer um, independente de religião. Faça aqui e faça agora, não deixe para depois!
Um bom convívio não é uma disputa de posições ou opiniões, mas sim a escuta e o respeito pelo outro. Assim, o teu blog é o caminho perfeito para o nosso encontro. Divergências sempre haverá, mesquinhez e pobreza de espírito, idem. Somos humanos e imperfeitos. Mas a razão e a inteligência deverão semear o caminho da liberdade de expressão, tolerância e bom convivialidade.
Parabéns pelo teu blog e pelas tuas sábias e ponderadas palavras. (Ih, ficou longo demais, um testamento. Desculpe).
Feliz Páscoa a toda a Península
Belas palavras, Fernando!
ResponderExcluirObrigado !
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